I heard it through the grapevine

isa
2 min readNov 13, 2021

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ou, um passarinho me contou.

Como escrever sobre alguma coisa que você não quer contar pra ninguém, mas que te consome por dentro? Aquela história que você quer colocar pra fora, gritar aos sete ventos? São sete mesmo? Não me lembro.

É impossível confiar na confidência de qualquer um quando o assunto é sigilo. Por experiência própria, já soube de histórias alheias e já soube que souberam de histórias minhas que deveriam ter ficado em sigilo.

Mas às vezes o comichão fala mais alto do que a vontade de guardar segredo. Parece que sim, somos feitos pra viver em sociedade e que só quando finalmente exteriorizamos estamos livres de sofrer sozinhos.

E é aí onde me encontro. Tenho um segredo. Tenho guardado por anos, sem compartilhar com quem quer que seja. Desde minha mãe até minha amiga mais próxima. Ninguém sabe o que ronda minha mente a maior parte dos dias. E como poderia eu contar para vocês, que nem sei quem são?

E mais, como contar sem revelar completamente? O que posso dizer é que é uma coisa que tira meu sono. Aconteceu, resolvi, com a ajuda de pessoas das quais não posso falar e que vez ou outra volta para atormentar meu sono.

Sinto muito se despertei sua curiosidade, entendo. Mas não vou revelar o que aconteceu. Só posso dizer que passei pelo menos três meses preocupada com isso. Noite e dia, dia e noite. Eu precisava resolver. Meu futuro dependia daquilo. E sim, deu certo. Confesso que eu não acreditava que daria, mas deu. E que bom.

Ainda hoje, um ano depois, talvez? Me pego pensando em como foi. Em como poderia ter sido. Mas foi e isso é o que importa. Resolvemos o problema. O que de forma alguma me impede de relembrá-lo vez ou outra. E é por isso que estou aqui, escrevendo. Porque me lembrei. E porque me marcou. Mas não posso entrar em detalhes. Só te digo que, ainda bem, deu tudo certo.

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